Um parnanguara quase desconhecido: a incrível história de Waltel Branco

Por Thiago Cantarin Moretti Pacheco

Quem ouve o conhecidíssimo tema da “Pantera Cor-de-Rosa”, no mais das vezes, não faz idéia de que a música tem uma ligação com nossa antiga cidade portuária de Paranaguá. Isso mesmo: um de seus filhos mais ilustres é um dos compositores da universalmente conhecida canção, reproduzida mundialmente na televisão há mais de cinquenta anos.

Waltel Branco nasceu em 22 de novembro de 1929, em uma família de músicos. Envolvido com o ofício desde cedo, começou a tocar bateria e violão, mais tarde aprendendo a tocar outros instrumentos. Ainda jovem, integrou bandas de jazz na capital, até se mudar para o Rio – um trampolim para Cuba, onde, com a banda da cantora Lia Ray, conheceu e tocou com lendas da música local, como Mongo Santamaria e Pérez Prado, sendo um dos responsáveis pela paternidade do “jás cubano”, a mistura da música caribenha com o jazz norte-americano. Assim estava plantada, também, a semente do “jazz fusion”, gênero que viria a dominar os anos 60 e 70 e criar um nicho musical tido por alguns, até hoje, como sagrado.

Pelas mãos de Waltel foi moldada, também, a Bossa Nova – ele foi parceiro de João Gilberto e contribuiu com composições e arranjos lendários, como do disco de estreia do baiano (embora creditado a Tom Jobim). A atuação de Waltel como arranjador, aliás, se estende da música erudita ao jazz, passando pelo rock e pela música popular, em alguns dos mais importantes discos já lançados no Brasil. Além de exímio instrumentista, Waltel é maestro: ele regeu a Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa.

Estima-se que Waltel tenha se envolvido – como arranjador, compositor, músico ou produtor – em de mais de 1.000 discos, sem contar seus álbuns “solo”. Como se vê, o tema da Pantera Cor-de-Rosa, ao fim e ao cabo, é o de menos.

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